Confesso que assisti ao piloto de Copper sem ter a mínima noção do que esperar da série, mas a verdade é que ao fim de 45 minutos a série conseguiu conquistar-me e o que inicialmente iria ser uma exceção passará a regra pois pretendo dar uma oportunidade à série. O review do piloto chega um pouco atrasado, mas ainda vem a tempo de despertar a atenção para quem ainda não conhece a série. A série centra-se na vida de Kevin Corcoran, um exímio detetive na conturbada cidade de Nova Iorque, mais precisamente no bairro Five Points. Na luta contra a corrupção e os crimes, Corcoran conta com a ajuda de Francis Maguire, Andrew O’Brien e o doutor Mathew Freeman. Desde cedo percebemos que Corcoran tem um passado conturbado e a busca pela verdade sobre a sua família será uma constante, aqui poderá considerar-se uma storyline já demasiado retratada e a forma como a abordarem irá decidir se a história será cansativa ou uma mais-valia para a série.
O cenário escolhido, Nova Iorque em 1864, é propício a temas como o racismo, prostituição infantil, corrupção e a série já começou a tirar partido disso. O arco do episódio envolve a prostituição infantil, enquanto aguardava para apanhar em flagrante delito um bando de assaltantes, Corcoran conhece Annie. Inicialmente podia pensar-se que a oferta de Annie seria apenas um lamiré no mundo profundo e obscuro da prostituição, mas Annie revela-se mais importante para a série do que à partida poderia supor. Após um assassinato de uma criança, Corcoran é chamado e o seu desespero é evidente, pensado tratar-se de Annie rapidamente assume a luta pela verdade. Para isso recorre a Mathew, que apesar dos opressões e medo evidente da mulher, confia em Corcoran e acaba por ajuda-lo. A verdade acaba por vir ao de cima, contudo a justiça acaba por esbarrar em poderes sociais instituídos e demasiado enraizados para serem ignorados e vencidos à primeira debandada.
Uma personagem que se revela importante é Elizabeth, desde primeiro encontro com Corcoran fica evidente que este desperta a sua atenção. E isso fica mais evidente no fim do episódio quando esta vem esclarecer a verdade e pedir justiça, ela que se demonstra desde cedo revolucionária e dona das suas opiniões demasiado vincadas no mundo onde a mulher ainda é vista como o elemento mais fraco. Mas foi só impressão minha ou havia ali alguma intimidade entre os dois? E isso promete aquecer a série pois Molly também se mostra bastante interessada e empenhada nessa tarefa. E nisso a série foi inteligente, numa simples conversa foi introduzindo pistas que mais tarde teriam a sua conclusão, construindo a narrativa de forma fluida mas sem entregar demasiado o ponto. O assassinato de Kate é apenas uma agulha num palheiro repleto de corrupção, seres intocáveis, prostituição, injustiça, romance, traição e mistério. Copper conseguiu um bom piloto, inteligente no ambiente escolhido, apresentou uma narrativa fluente, personagens interessantes, e apesar de poder ser considerado um procedural promete construir um arco principal na luta contra a corrupção e a injustiça que impera.
Aspetos positivos:
– O local e ano escolhidos, Nova Iorque 1864.
– As músicas escolhidas, adorei a banda sonora do episódio em cada momento importante esteve à altura.
– A criação desde já de um arco principal
– A introdução gradual das personagens consoante iam sendo relevantes para a história.
Aspetos negativos:
– Alguns clichés e previsibilidade em algumas partes.
Trailer:
A Casa não continuará com reviews da série, sendo este um caso excepcional por se tratar do piloto.