Grey’s Anatomy (8×18) – The Lion Sleeps Tonight

A pedidos de minha cara Filipa, que se ausentará durante algumas semanas, eis que a Mamma embarca nas reviews da turma do Seattle Grace e apesar de acompanhar a série desde seus primórdios, confesso que é um tanto diferente falar sobre ela por aqui, mas vamos lá. Após o hiatus, Grey’s retoma com um grande, porém inusitado acontecimento, mas de bizarrices já estamos acostumados a presenciar, não é mesmo?

O titulo do episódio toma forma devido à estranha presença de um leão fugitivo, este que inclusive passa a frente do carro de Derek e Meredith quando estão a caminho do hospital. O que se descobre é que o rei da selva fizera duas vítimas, Paul e Naomi, mas enquanto muitos pensaram que este havia sei lá “escapado do zoológico”, não a situação é pior, pois o adorável bichano atende pelo nome de Kirby e tem uma estranha relação com sua dona.

O estranho casal sofreu severos danos com suas garras e dentes afiados, principalmente para o rapaz, este que se colocara a frente do leão, algo que descobrimos depois ter sido a forma dele “proteger” a dona de ser engolida pelo bichinho de estimação dela. Mesmo estimulado pelo Chief e por Avery a respeito de sua bravura e ato heroico (mentira foi tremendamente estúpido), o casal nada compatível acaba terminando o relacionamento que nem deveriam ter começado, pois estes se conheceram através de um site de relacionamentos e Paul mentira a respeito de seu perfil aventureiro, algo que Naomi é e até por demais.

Karev continua com o dilema de sua relação profissional/pessoal com Morgan, afinal até que ponto ele cuida do pequeno pré-maturo ou cuida de sua mãe, que visivelmente já misturou tudo, considerando a montanha russa emocional que vive devido ao delicado estado do filho. Apesar do jeito brutamontes, Karev encontrou-se na pediatria, porém esta aproximação com Morgan não o favorece, deixando-o desconfortável ao ponto de pedir a Robbins que o libere do caso, algo que a interna não consegue processar muito bem, pois se sabe já a um bom tempo que sutilezas não são o forte de Karev, adodando sempre um comportamento frio e distante.

As cartas são postas na mesa finalmente quando os dois se encontram e ela acaba por desabafar a ele que Robbins lhe deu um ultimato a respeito do bebê, ou seja, deve escolher entre aprovar a cirurgia, que resultara em diversas complicações como cegueira, surdez e problemas locomotores ou terminar logo com seu sofrimento, resumindo: matando-o. Karev mesmo diz que não é pai e nem namorado e que toda e qualquer decisão deve ser tomada por ela, mesmo que isto seja a pior das tarefas, sua opinião é a única que importa.

Se Grey’s não tem seus momentos de drama feelings entre os casais não é Grey’s, então tirando o eterno dilema de Lexie em contar ou não o que realmente senti e sempre sentiu para o Sloan e as encanações de Torres a descobrir com quantas mulheres do Seattle Grace sua amada Arizona já se envolveu, o grande transtorno se deposita sobre Yang  e a recente revelação de sua traição, pondo o casamento dos dois ainda mais na corda bamba. Venhamos e convenhamos, eles começaram o tudo de uma maneira muito intensa, cada qual sabendo das limitações um do outro  e mesmo assim deixaram o amor falar mais alto.

Para alguém extremamente racional e centrada em si como Yang é, já tendia a acontecer algo do gênero, mas nada justifica traição ou a culpa por não querer ter filhos e claro, ter abortado anteriormente. Desde que “Aquele Ser Indesejável” a abandonou no altar, torcia para que a Asian Nazi encontra-se o amor de um homem que valesse a pena e sabemos que o Cave Man realmente a ama, porém um dos dois precisara ceder para que possam dar um restart na relação, caso contrário à montanha russa os levara a um caminho sem volta de desconfiança, traição e descontrole.

Nada disto que ocorreu me comoveu mais do que a trama do casal de terceira idade e Teddy. Esta resolve meio que a contra gosto frequentar um grupo de auto ajuda para viúvas, porém sua negação é tamanha que chega a gargalhar e destruir emocionalmente uma das mulheres presentes, quando esta acaba sem querer abrindo a situação clinica que por ventura levou seu marido a falecer. Quando este casal de velhinhos simpáticos chega ao Seattle Grace, descobrimos que o senhorzito acabou por ter um ataque cardíaco ao ver o leão a andar na rua e seu estado já delicado o obrigaria a passar por uma cirurgia, o que estraga seus planos de viajar num cruzeiro com sua amada companheira.

O paralelo é sutil, porém preciso pra iniciar o processo de fim de luto, claro que cada um processa de uma forma, mas Teddy ao retornar da cirurgia que correra perfeitamente bem, passa pela sala de espera para comunicar a esposa, porém esta acabara por falecer ali mesmo. Muitos relacionam isto ao fato de que pela simples possibilidade de perder seu companheiro, o ser humano, principalmente quando chega certa idade, não consegue viver sem aquele que lhe completa há tanto tempo.

E é quando volta pra dar a triste noticia para o esposo que este incrédulo com a realidade de sobreviver à cirurgia e logo em seguida perder seu grande amor é que ela percebe que precisa se olhar no espelho e dizer a tão temida sentença: “Eu sou uma víuva”.

Artigo escrito por: Mary Barros